‘Vingadores: Ultimato’ vai muito além de um grande evento cinematográfico

Relação afetiva entre fãs e personagens se sobrepõe a análises técnicas
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08.05.2019

Divulgação / Reprodução

Onze anos e 21 filmes depois, chegamos ao ápice do Universo Cinematográfico Marvel. Mais de uma década após os lançamentos do celebrado ‘Homem de Ferro’ e do quase esquecido ‘O Incrível Hulk’, em 2008, chegamos a ‘Vingadores: Ultimato’, 22º capítulo da franquia mais popular e rentável da história do cinema.

Com bilheterias batendo recordes históricos, o UCM se tornou um marco da cultura pop mundial, comparável apenas ao sucesso que a franquia Star Wars mantém desde o final dos anos 70. Portanto, mais do que um evento cinematográfico, ‘Ultimato’ deve ser encarado antes como um acontecimento especial, ansiosamente aguardado por milhões e milhões de fãs no mundo inteiro, para os quais revelar qualquer trecho importante do filme constitui pecado mortal – e este texto, assim como todos os outros aqui publicados, mais uma vez respeitará esse pacto sagrado.

Diante de tamanha devoção, bastaria dizer que a conclusão da batalha contra Thanos, iniciada em ‘Guerra Infinita’ (2018), cumpre exatamente o que sua legião de seguidores espera: a leva ao êxtase emocional, conduzindo muitos da euforia às lágrimas em questão de minutos. E não é para menos. Quantos não acompanham esses personagens na telona desde a adolescência? São 11 anos e mais de 20 filmes de cumplicidade entre esse espectador e seus personagens favoritos.

Imagine a mãe/pai que levou a cria de 10, 12 anos de idade para ver a estreia de Tony Stark na década passada, repetiu a dose nos capítulos seguintes, e hoje retornam mais uma vez ao cinema. A criança de outrora talvez já esteja graduada, casada, até mesmo com filhos. São situações carregadas de memórias afetivas das mais valiosas. Estão ali não a ver um simples filme, mas sim como quem busca notícias de amigos muito queridos, seguindo um ritual de mais de uma década. Casamentos não têm durado tanto tempo.

E você? Quantos amores não viveu nesse período? Quantas amizades não desfez ou construiu nesses anos todos? De quantos não se viu obrigado a se despedir involuntariamente? Então olhamos para trás e notamos que, se houve uma constante nesse tempo todo em nossa vida, foi a presença infalível e reconfortante desses super-heróis. Simples assim.

É por tamanha ligação sentimental, presente no mundo inteiro, que torna-se secundário mencionar, por exemplo, a meia dúzia de cortes realmente equivocados – para não dizer mal feitos – que ocorre durante a projeção, como se ‘Ultimato’ tivesse sido editado às pressas, sem uma revisão cuidadosa. São garranchos que, diluídos em suas (pouco notadas) três horas de duração, acabam despercebidos pela maioria dos hipnotizados espectadores.

AVENGERS ENDGAME

Até mesmo as grandes performances de Scarlett Johansson (Natasha Romanoff/Viúva-Negra) e Robert Downey Jr. (Tony Stark/Homem de Ferro), possibilitadas por um roteiro que privilegia momentos de forte carga emocional, podem não receber – ao menos durante este frisson inicial pela estreia – o destaque que merecem. Tal qual o claro desconforto que Chris Evans (Steve Rogers/Capitão América) demonstra em cenas que exigem um pouco mais de dramaticidade na interpretação. Menos mal para ele.

O que fica para o fã é a conclusão de uma fase que marcará para sempre seu imaginário e sua relação com a cultura de massa. Da mesma forma – referência sempre necessária – que Star Wars causou na geração anterior. Com isso em mente, os diretores (Anthony e Joe Russo) e roteiristas (Christopher Markus e Stephen McFeely) dão a ‘Ultimato’ um ar de retrospectiva e homenagem. De um jeito ou outro, o enredo revisita boa parte dos filmes anteriores, trazendo ainda mais nostalgia aos aflitos corações na plateia.

E se a impressão final é a que se guarda, não há como não se emocionar durante a batalha derradeira, com a sensação nítida e evidente de que a humanidade está verdadeiramente a um passo de finalmente caminhar em harmonia plena. Um sentimento que dura poucos minutos, mas que consiste num enorme e eufórico arrebatamento. Uma breve, mas robusta catarse cheia de otimismo, digna do lugar altamente especial que esses filmes ocupam na alma de cada fã, cada vez mais carente de autênticos heróis no mundo real.

capitão américa e homem de ferro

Vingadores: Ultimato – EUA, 181 min, 2019. Dir.: Anthony e Joe Russo – Estreou em 25/4. Assista ao trailer:

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