A trajetória e os amores do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams (1911-1983), autor de clássicos como “Um Bonde Chamado Desejo” e “Gata em Teto de Zinco Quente”, servem de inspiração para “Tennessee Williams Deve Morrer!”, espetáculo que retorna ao Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, para sua segunda temporada, de 29 de março a 27 de abril.
Com texto de Luiz Filipe Caivano e Marcelo Braga – que também assina a direção –, a peça encerra a trilogia metateatral da Cia. Filhos do Dr. Alfredo, composta também por “Montanha Russa” (2018) e “Quem Fica com Quem” (2019). No elenco, Vivian Bertocco e Luciano Schwab dão vida a Rose e Tom, irmãos e artistas de teatro que, prestes a entrar em cena, se deparam com uma crítica negativa do espetáculo. Diante do julgamento conservador e homofóbico, Tom, que além de ator é dramaturgo, decide reescrever a peça em resposta à exclusão artística e à intolerância às novas formas de encenação.

Ao longo da narrativa, a obra resgata momentos cruciais da vida de Tennessee Williams, explorando suas relações com Kip, Pancho e Frank – seus amores mais marcantes – e a importância de sua obra na história do teatro. A montagem joga luz sobre os desafios enfrentados por um artista gay em um meio dominado pelo moralismo e celebra o impacto de Williams na dramaturgia contemporânea.
Tennessee Williams foi um dos dramaturgos mais influentes do Teatro Moderno, consagrado por peças como “O zoológico de vidro” (1945) e os já citados acima. Além do teatro, escreveu contos, novelas, artigos, crônicas, poesia e roteiros cinematográficos.

Sua vida familiar foi marcada por conflitos: a mãe era extremamente religiosa, o pai alcoólatra e homofóbico, e a irmã, Rose, diagnosticada com esquizofrenia, passou grande parte da vida internada após uma lobotomia em 1943. Sua obra é frequentemente interpretada sob uma ótica autobiográfica, deixando de lado contextos sociais e políticos. As adaptações de Hollywood simplificaram suas peças, mas ampliaram sua fama.
Williams teve relacionamentos com Kip Kiernan, Frank Merlo e Pancho Rodriguez, assumindo publicamente sua homossexualidade apenas em 1970. Nos últimos anos, enfrentou dependência química e rejeição da crítica, sendo marginalizado por sua sexualidade e envelhecimento. Morreu em um hotel em New York, em circunstâncias incertas entre acidente ou suicídio. Seu legado permanece vasto, com muitas obras inéditas, especialmente no Brasil.
SERVIÇO
Espetáculo “Tennessee Williams deve morrer!”
Onde: Teatro Sérgio Cardoso
Endereço: Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista – São Paulo
Quando: 29 de março a 27 de abril
Horário: sábado e domingo às 19h
Quanto: R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia)
Classificação etária: 14 anos
Duração: 60 minutos
Informações: através do site