No dia 5 de abril, a esquina das ruas Simpatia e Harmonia, na Vila Madalena, em São Paulo, ganham um novo espaço que simboliza um momento importante na retomada do mercado de arte no Brasil pós-pandemia. A Galeria Dezoito abre suas portas com uma exposição do fotógrafo Roni Munk, que faz sua primeira mostra individual na cidade.
A curadoria da galeria é de Vivian Faingold e o conceito é de um espaço multiuso para atrair um novo público – formando uma nova geração de admiradores da arte.
O objetivo foi criar algo disruptivo no setor, no entanto, sem perder o foco do respeito e da valorização do trabalho artístico. Um prédio com janelas amplas, onde não vão encontrar as tradicionais salas de paredes brancas, e bem em um dos bairros mais boêmios da cidade, a Vila Madalena.
A galeria nasce totalmente integrada com uma manifestação diversa, como a moda, o entretenimento e a gastronomia. Um espaço de convivência vivo e pulsante que proporciona uma contemplação da arte que provoca sensações plurais.
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Quem estreia o novo espaço é o fotógrafo Roni Munk, que realiza sua primeira mostra individual em São Paulo, a ‘NeoForma’, que mescla obras inéditas com imagens do início de sua produção, há cerca de cinco anos. Os apreciadores poderão viajar pelo tempo compreendendo o caminho do amadurecimento do artista que se dedica à pesquisa da fotografia digital e da fotoescultura.
O fotógrafo deu os primeiros passos na fotografia com sua mãe, Judith Munk, a primeira fotojornalista mulher atuando no Rio de Janeiro a partir do final dos anos quarenta. A Rolleiflex, que ainda está no seu estúdio, deixou marcas fortes na forma como fotografa. Outra referência para seu trabalho mais recente é o movimento neoconcretista, inspiração para sua investida no universo da fotoescultura. Suas obras, como disse Ferreira Gullar sobre a escultura de Amílcar de Castro, buscam “surpreender a forma em seu nascedouro”.
Cores, texturas, dobras, recortes e diferentes materiais – como telas, argila e cimento – surpreendem em formas e volumes fora do convencional suporte da fotografia bidimensional, propondo uma nova relação com o expectador e representando o temperamento inquieto de Munk e sua maneira intensa de viver e sentir.
Do passado, traz, por exemplo, raízes que brotam do barro e estruturas de ferro são incrustadas em concreto. Suas criações mais recentes são laminadas em chapas de metal, recortadas e dobradas. Peles de árvores e outras texturas se transformam em borboletas, pássaros e cidades, conferem movimento que se misturam em uma dança, propondo novas interpretações a cada olhar.
A exposição mostra também outro caminho que o artista está trilhando: a arte colaborativa. O jovem artista visual suíço-boliviano Fabrizio Grisi, que mora e trabalha em Berlim, participa da exposição com duas intervenções na série Raízes, se apropriando de suas fotos para criar outras obras.
SERVIÇO
Exposição “NeoForma” de Roni Munk
Onde: Galeria Dezoito
Endereço: Rua Simpatia, 23, Vila Madalena – São Paulo
Quando: 6 a 28 de abril
Horário: terça a sábado das 11h às 20h
Quanto: entrada gratuita