Desde a infância, Marcelo Jeneci brinca com a música como quem descobre o mundo: tocando dois instrumentos ao mesmo tempo, explorando sons e sentimentos. Agora, ele transforma essa essência em seu novo álbum “Solo”, um trabalho que revela sua polivalência como instrumentista, cantor e compositor em sua forma mais pura. “Neste formato, reúno minha polivalência enquanto instrumentista, cantor e compositor. Nele acesso e sou acessado pela magia única incutida em cada canção”, comenta o músico.
MARCELO JENECI E CARLOS RENNÓ UNEM MÚSICA E POESIA NO SINGLE “A RIMA PERFEITA”
Com uma sonoridade que transita do minimalismo à celebração, Jeneci cria uma atmosfera profunda e alegre, onde cada faixa é um mergulho emocional, da lágrima à dança, da introspecção à expansão.
Sem banda, mas com uma presença sonora ampla e viva, o artista constrói um universo próprio em que voz, teclas e ritmos se entrelaçam com naturalidade e verdade. O álbum “Solo” marca um novo ciclo em sua trajetória: mais íntimo, maduro e livre, reafirmando sua capacidade de emocionar e surpreender com a força da simplicidade.
1. Amado – faixa foco
“Amado” é uma canção que marcou a travessia de Marcelo Jeneci como compositor. Escrita aos 26 anos, a melodia nasceu de um impulso íntimo e ganhou o mundo na voz de Vanessa da Mata, parceria que expandiu o alcance da música e revelou sua força afetiva. No formato de “Solo”, Jeneci retorna à origem desse sentimento, revisitando o cerne simples e luminoso da canção, onde cada palavra carrega um universo inteiro. É uma volta ao próprio coração, agora com maturidade e liberdade.
2. Dois Animais
“Dois Animais” revela o menino Jeneci, encantado aos sete anos pela poesia lasciva e telúrica de Alceu Valença. A canção, que despertou nele o desejo de compreender a natureza em suas formas mais selvagens e divinas, retorna aqui em novo corpo: um arranjo que traduz a silhueta sensual e intuitiva da fauna, da flora e da vida. Na interpretação “Solo”, Jeneci costura memória e maturidade, deixando que a música respire com a mesma liberdade que o fascinou na infância.
3. Fazenda Santo Antônio
“Fazenda Santo Antônio”, de Jorge de Altinho, é uma jóia da canção brasileira que atravessa gerações. No álbum “Solo”, Jeneci homenageia esse mestre, um dos compositores mais brilhantes do país, devolvendo à música sua grandiosidade natural, em versão crua, viva e respeitosa. O artista reabre as portas dessa fazenda afetiva com sua interpretação calorosa, revelando a força atemporal de uma obra “absurdamente linda”, como ele mesmo define.
4. Feito para acabar
“Feito Pra Acabar” é um dos alicerces da vida artística de Marcelo Jeneci. A parceria com José Miguel Wisnik e Paulo Neves na composição sustenta a canção em uma fronteira delicada entre a finitude e a urgência do agora. No álbum “Solo”, essa profundidade ganha ainda mais nitidez. É uma música que carrega em si algo que se persegue por toda uma existência, e que em SOLO encontra sua forma mais essencial.
5. A Chuva
Escrita em parceria com Arnaldo Antunes, “A Chuva” nasce da verdade simples de que o choro purifica — assim como o encontro entre céu e mar. Jeneci entrega a canção como um canto de perda, limpeza e cura. Um espaço onde a dor lentamente encontra o alívio. Em “Solo”, a música ganha uma interpretação íntima, quase ritual, feita para alcançar quem precisa respirar depois da tempestade.
6. Fome do Metal
“Fome do Metal” é uma das faixas mais contundentes do álbum. Composta com Jonas Samaúma, a canção nasce do espanto e do amor pela terra, denunciando a ganância que corrói gente, floresta e rios. É um chamado para olhar o Brasil profundo com mais compromisso e coragem. No formato solo, a música ganha ares de reza e alerta, culminando no verso incisivo: “Saiam já dos Yanomami, que não deixam o céu cair”.
7. Felicidade
“Felicidade” resgata um capítulo importante da juventude de Jeneci: o auge do forró universitário nos anos 2000. A música ecoa a energia alegre que marcou aquele tempo e que continua viva nas releituras ao longo da carreira. Em “Solo”, Jeneci revisita essa lembrança com afeto e maturidade, devolvendo ao público a mesma alegria que o atravessou quando a ouviu pela primeira vez nos palcos da época.


