MIGUEL GÓES LANÇA “PÊSSEGOS E PENUMBRAS”, PRIMEIRO SINGLE DE SEU ÁLBUM SOLO, QUE CARREGA UM CLIMA DE BLUES

O TÍTULO DA MÚSICA, POR SUA VEZ, É UMA REFERÊNCIA DIRETA AO POEMA “A SUPERMARKET IN CALIFORNIA” DE ALLEN GINSBERG
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25.11.2025

Cecilia Bueno

por Luiz Pimentel

O músico, compositor e produtor Miguel Góes faz a primeira entrega de seu álbum solo de estreia, “Pequenas Lembranças”, com o single instrumental “Pêssegos e Penumbras”. Diferente dos arranjos de câmara que habitam outras faixas do disco, o single é uma balada roqueira intensa, embalada por uma guitarra slide melancólica que dita o ritmo e carrega um clima de blues. A canção é a première para um álbum que tem a memória e o cinema como cenários principais.

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A força da faixa reside no trabalho colaborativo. A melancolia visceral é conduzida pela guitarra de João Moschkovich, cuja performance foi o ponto de partida para a orquestração do single. “Eu já o conhecia e ficamos mais próximos pela música. O slide encaixou perfeitamente”, diz Miguel Góes, referindo-se à participação. Os arranjos de cordas da canção, feitos por Antonio Fischer-Band, foram construídos em cima da voz principal da guitarra, em uma demonstração da visão de Góes de usar o instrumento como um solista vocal.

O título da música, por sua vez, é uma referência direta ao poema “A Supermarket in California”, do ícone da geração beat Allen Ginsberg. O trecho que inspirou Góes evoca a dualidade entre o consumo moderno e o devaneio poético: “Que pêssegos e que penumbras! Famílias inteiras fazendo compras à noite!”. Segundo o compositor, essa canção engloba a atmosfera do trabalho inteiro: um estado de bom astral com pitadas de melancolia. Não por acaso, é a preferida do artista: “É a música que mais gosto no disco. Dessa não tenho o que reclamar”.

Pêssegos e Penumbras é uma amostra da liberdade criativa de Miguel Góes, que cresceu respirando a cultura. Sua abordagem de composição é a de um diretor de cinema regendo o som, garantindo que o registro feito por outros músicos atingisse a sonoridade exata que ele tinha em mente, uma referência confessa ao método de Brian Wilson (Beach Boys).

O single serve como uma introdução à riqueza sonora que o público encontrará em “Pequenas Lembranças”. O que o público pode esperar no álbum: Um mergulho instrumental onde as oito faixas são tratadas como trilhas sonoras, costurando MPB, jazz e a estética da sétima arte. Um trabalho altamente colaborativo que reúne quase 20 músicos, incluindo ex-parceiros de sua época na banda Dônica.

Passeios por diferentes épocas e gêneros, desde o jazz clássico anos 1950 (como em “Fiquei imenso tempo à sua espera”) até a Bossa Nova com acento de João Gilberto (como em “Último Entardecer”). “Pequenas Lembranças” é música brasileira que dialoga com o mundo, pronta para embalar a cena de um filme que já está rodando na sua cabeça.

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