Marina Vergueiro vive com HIV e lança livro que aborda sexualidade e estigma

Poetisa expõe versos potentes contra o preconceito e desinformação ainda comuns em relação ao vírus da Aids
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10.01.2021

Divulgação

“Escrevo poesia há muito mais tempo do que eu vivo com HIV, mas estava no processo de colocar este livro pra fora quando descobri que eu vivia com o vírus. Infelizmente, durante 7 anos fiquei presa no estigma e no preconceito; eu não conseguia pensar na possibilidade de publicá-lo, até que o moralismo da sociedade atual me arrancou do armário da Aids”, diz Marina Vergueiro, 37 anos, que acaba de lançar sua primeira coletânea poética.

Para que pudesse publicar sua primeira obra, Marina passou por um longo processo de aceitação do corpo, da sexualidade e de sua vivência com o HIV. “Busquei coragem e força nas mulheres que cruzaram meus caminhos e devo a cada uma delas a auto-estima reconstruída e a audácia de publicar meus versos mais íntimos num grito de libertação”, conta.

Arriscando-se na poesia desde a infância, desde 2010 Marina frequenta os saraus de poesia que se espalham pela cidade de São Paulo e, embora tenha poesias publicadas em diversas antologias, não se sentia à vontade para tocar em determinados assuntos que lhe eram tão cruciais e sensíveis por medo e insegurança causados pelo estigma que ainda circundam o imaginário coletivo em relação ao HIV/Aids, mesmo após 30 anos de epidemia. 

Ao decidir publicar “Exposta”, Marina quis dar voz não somente a si mesma, mas a todas as mulheres que vivem com HIV e são sexualmente ativas, sejam elas bissexuais, lésbicas, hétero, trans ou não-binárias. Em seus poemas, a autora discorre sobre as vezes que se apaixonou por mulheres, por homens, tantas vezes que se apaixonou por si mesma e outras em que se desapaixonou completamente pela vida. “Exposta é meu processo de transformação pessoal e reconstrução constante atravessada por todas as pessoas que me sensibilizaram e de alguma maneira deixaram suas marcas em mim, da Cooperifa aos espaços de cultura mainstream, do feminismo negro ao movimento trans, da América do Sul pra onde o vento levar. Parir “Exposta” é um manifesto de libertação pessoal, social e sexual, um processo que é fruto do empoderamento construído de maneira coletiva com cada mulher com quem tive a oportunidade de cruzar caminhos, compartilhar emoções e aprendizados ao longo da minha vida”.

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