MAMAH SOARES E OTTO MERGULHAM NAS TRADIÇÕES DO CANDOMBLÉ E PROPÕEM UMA EXPERIÊNCIA SONORA DE CURA EM “BANHO DE ABÔ”

“A ESPIRITUALIDADE PRETA, OS SABERES DO CANDOMBLÉ E O TAMBOR SÃO TECNOLOGIAS ANCESTRAIS QUE SEGUEM PULSANDO”
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13.06.2025

José de Holanda

O multiartista baiano Mamah Soares apresenta seu novo single, “Banho de Abô”, uma faixa que mergulha nas tradições do candomblé e da cultura afro-baiana para propor uma experiência sonora de cura, espiritualidade e reconexão com as raízes. 

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Disponível em todas as plataformas digitais, a canção mescla cantos em iorubá e português, batidas eletrônicas sutis e instrumentos percussivos tradicionais como o surdo virado (difundido por Carlinhos Brown), o agogô – considerado a clave rítmica nos toques de terreiro – e o xequerê, entrelaçados a timbres contemporâneos e elementos da linguagem afro-cubana, como os timbales. A produção é assinada por Caio Leite, com coprodução de Mamah, e conta com participação especial do cantor e compositor pernambucano Otto.

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Com mais de 25 anos de carreira e uma trajetória que inclui colaborações com nomes como Carlinhos Brown, BaianaSystem, Xênia França, Gloria Groove e até o astro pop canadense Shawn Mendes, Mamah Soares reafirma em “Banho de Abô” sua identidade artística, pautada pelo tambor como símbolo de resistência e pertencimento.

Guiado pelo ritmo do ijexá, tradicional nos terreiros de candomblé e expandido para a música popular por artistas como Gilberto Gil e João Donato, o single evoca os orixás Ossãe e Xangô e celebra o poder das folhas e dos banhos espirituais – práticas ancestrais que simbolizam purificação e proteção. “Essa música é uma oferenda sonora. Um chamado à memória ancestral e à cura do corpo e da alma”, afirma Mamah. O lançamento sai pelo selo Kaxambu Records.

A faixa é assinada em parceria com Ney Cardoso, músico, compositor e integrante do grupo Aguidavi do Jêje – uma das orquestras de atabaques mais importantes da atual cena soteropolitana. Foi Ney quem trouxe o conhecimento profundo da linguagem em iorubá para a composição, idioma da África Ocidental que representa um importante elo de reconexão cultural. “O Ney entende da ancestralidade musical e da rua. Ele me trouxe, inclusive, os nomes e significados das folhas ligadas aos orixás. É um parceiro que honra a tradição e a pesquisa”, destaca Mamah.

A mistura entre tradição e inovação também se expressa na construção rítmica da faixa: além do ijexá, o single incorpora beats arrastados e programações eletrônicas, criando uma ponte entre os rituais e as pistas. “É a batida que embala o corpo e a alma. Tem mensagem, mas também tem dança”, resume Mamah. A participação de Otto, filho da musicalidade afro-nordestina, amplia ainda mais esse diálogo. “Otto entende profundamente essa linguagem que vem do terreiro e vai pra rua, com a força do tambor, da poesia e da presença”, completa.

“‘Banho de Abô‘ é minha forma de afirmar que a espiritualidade preta, os saberes do candomblé e o tambor são tecnologias ancestrais que seguem pulsando – inclusive na música eletrônica de agora”, afirma Mamah. “Com esse som, eu quero que as pessoas sintam o poder do tambor e da palavra como instrumentos de cura. É tradição e futuro caminhando juntos”.

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