Dividida em duas partes, de cinco episódios cada, a minissérie francesa “Lupin” alcançou números impressionantes na Netflix: foram 70 milhões de visualizações em menos de um mês (estreou em 8 de janeiro de 2021), superando a marca de sucessos recentes da plataforma, como “Bridgerton” e “O Gambito da Rainha”. Por enquanto, só a primeira parte está disponível para os assinantes.
Mas o que “Lupin” tem de tão especial? Arrisco a dizer: nada. Então, de onde vem o sucesso? Da velha máxima do entretenimento audiovisual: a fórmula da jornada do herói. Na narrativa, ele é Assane Diop, um ladrão charmoso e mestre em disfarces. Aqui, ficam as palmas para o ator Omar Sy, alçado à fama internacional com o belíssimo filme “Os Intocáveis” (2011), pelo qual ganhou o César, principal prêmio do cinema francês.
A história do inteligente ladrão que busca vingança por uma injustiça cometida contra seu pai é conhecida em todo o mundo: vem da série de livros sobre Arsène Lupin, o famoso ladrão de casaca, do escritor Maurice Leblanc (1864-1941). Na França, o personagem surgiu pela primeira vez em 1907 e se tornou um ícone. Em diversos episódios, as aventuras dos livros são referenciadas.
Logo no primeiro episódio, um roubo no icônico Museu do Louvre leva o espectador pela sempre linda Paris. O clima tenso se mantém até o último episódio, mas sem muitas novidades ou reviravoltas marcantes. Talvez o que mais atrapalhe a série seja a falta de um antagonista à altura: que vilão chato! Ela também peca em não ir mais a fundo em assuntos como racismo, desigualdade social e imigração na Europa, que ficam em segundo plano.
Apesar de bem roteirizada, Lupin, no fim das contas, é mais do mesmo para quem é devoto de séries, mas não deixa de ser uma boa distração para madrugadas de insônia. Assista o trailer: