INSPIRADA NA OBRA RUSSA “YOLANTA”, DE TCHAIKOVSKY, A OPERETA “IOLANTA – A PRINCESA DE VIDRO” ESTREIA NO CCBB RIO

O MUSICAL APRESENTA O MUNDO SENSORIAL DE UMA PRINCESA CEGA QUE É ISOLADA PELO REI SUPER PROTETOR
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19.01.2022

Caique Cunha / Divulgação

Inspirado na obra russa “Yolanta”, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, a opereta infantojuvenil “Iolanta – A Princesa de Vidro” apresenta o mundo sensorial de Iolanta, uma princesa cega. Ainda bebê, ela perde a visão devido a um acidente e cresce de uma maneira inusitada: sem saber que é cega. O pai superprotetor, rei de Borgonhópoles, esconde de todos a condição da filha e constrói seu mundo de forma que ela nunca descubra que é cega. Ela, então, cresce isolada no meio das montanhas e longe da maldade humana. É uma história sobre a descoberta dos sentidos e sobre o poder de transformação e cura do amor. 

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Idealizadora do projeto, Vanessa Dantas assina a dramaturgia ao lado de Ana Paula Secco. Com direção de Daniel Herz e direção musical de Wladimir Pinheiro, a peçaestreia em 22 de janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, onde ficará em cartaz no Teatro II até 13 de março.

 

O elenco é composto por nove atores-cantores: Caio Passos (Rufino D’Acolá), Chiara Santoro (Martha), Kiko do Valle (Jean D’Além), Leandro Castilho (Sr. Tchaikovsky), Mariah Viamonte (Iolanta D’Aquém), Marino Rocha (Petran D’Aquém), Saulo Vignoli (Almerico), Sofia Viamonte (Laurete) e Tiago Herz (Florian D’Além). Acompanhados pelo músico Pedro Izar, o elenco toca diversos instrumentos em cena, como violão, violino, violoncelo, flauta, flautim, trompete, acordeão e piano. 

“Justamente por não saber que lhe falta algo, a Iolanta representa um dom além dos sentidos. Por ser cega, ela explorou profundamente a beleza do mundo invisível. Ela se comunica com natureza, fala a língua dos pássaros, das flores”, conta Vanessa Dantas, que já esteve à frente de bem-sucedidas adaptações de óperas de Gioachino Rossini e Gaetano Donizetti para o teatro infantojuvenil. 

Na ópera original, a história se passa no século XV, nas montanhas do sul da França. Nesta adaptação, a peça ganha contornos brasileiros, sendo ambientada no período colonial na região da Serra do Órgãos, no Rio de Janeiro. Os reinos de Borgonhópolis e Provenzópolis foram inspirados nas cidades de Petrópolis e de Teresópolis, respectivamente. O Parnaso é a riquíssima e fértil terra situada entre os dois reinos, disputada pelas famílias reais D’Aquém e D’Além – de onde vêm, respectivamente, os jovens Iolanta e Florian. Em meio às desventuras desta discórdia, os dois acabam se apaixonando.

“A peça traz a ideia de que na diferença você tem a possibilidade de um encantamento amoroso. É na singularidade do outro que você percebe outra percepção da vida, possibilitando a paixão. Nesse sentido, acho muito moderno montarmos esse espetáculo agora, nesse momento de tanta polarização”, analisa Daniel Herz. “O que faz o Florian se apaixonar pela Iolanta não é o fato de ela ser cega. Mas a consequência dela ser cega traz uma sensibilidade, uma percepção diferente sobre a existência, algo que ele não tem”

Da infância de Tchaikovsky (1840-1893), sabe-se que cedo ele revelou dotes musicais, mas não recebeu educação neste sentido. Seus pais achavam que a música não seria saudável para uma criança tão sensível e até mesmo neurótica. Sua babá costumava chamá-lo de “menino de vidro”, por sua fragilidade. Ao assistir a uma encenação do conto de fadas dinamarquês “Iolanta“, em 1891, Tchaikovsky se identificou tão profundamente com a personagem-título que se sentiu movido a transformá-la em ópera. 

Com direção musical de Wladimir Pinheiro (música e letras originais, adaptação musical), o espetáculo explora as mais consagradas obras do compositor russo: os balés “A bela adormecida”, “O quebra-nozes” e “O lago dos cisnes”, além de temas das sinfonias nº 5 e nº 6 e de concertos. “Fizemos uma grande revista da obra Tchaikovsky. São temas conhecidos, já abordados no cinema e em desenhos animados. As pessoas vão reconhecê-los e se surpreender pela forma como foram usados no enredo”, diz Wladimir. Na transposição da história para o Brasil, a modinha imperial foi escolhida como tema musical. 

O cenário criado por Glauco Bernardi foi inspirado nas arquiteturas francesa e italiana do século XIX, e no artesanato da cultura popular russa do mesmo período. Um grande realejo, com seus muitos compartimentos e seus bonecos mecânicos, representam os personagens que vão ganhando vida ao se transformarem nos atores.  

SERVIÇO

“Iolanta – A Princesa de Vidro” 

Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro

Endereço: Rua Primeiro de Março, 66, Centro, RJ

Quando: 22 de janeiro até 13 de março

Horário: sábados e domingos, às 16h

Quanto: R$ 30 (inteira) R$ 15 (meia)

Classificação etária: livre

Duração: 80 minutos

Informações: (21) 3808-2020 ou através do site

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