A cantora Flay está acostumada a receber comentários e críticas da internet, especialmente após sua participação no reality show Big Brother Brasil em 2020. Seu novo projeto, o álbum “Imperfeita” – já disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm (ouça abaixo) – nasce dessas experiências e da vontade de explorar suas vulnerabilidades e dificuldades.
O projeto que explora sua potência vocal e chega marcando a sua transição artística para o pop e R&B, relata através de faixas autorais, histórias e experiências pessoais. Comprovando seu talento e vivenciando o melhor momento de sua trajetória como artista independente.
Com 13 faixas, incluindo o single homônimo, lançado no último mês, o disco é o maior projeto da carreira de Flay, além de ser o vocal, a artista também compôs todas as músicas, com co-compositores famosos como Carol Biazin. Nesse projeto, a cantora se afasta do forró e sertanejo, gêneros que já explorou em outros momentos de sua carreira, trazendo faixas em inglês, português e espanhol em “Imperfeita”.
Tendo “Chance Pro Feio” como lead single, o álbum foi todo estruturado para passar a mensagem de força e empoderamento, mas sem deixar suas vulnerabilidades de lado. A ideia é mostrar todo o percurso – tanto os altos, quanto os baixos – para que a mulher se torne quem ela é. “Estamos celebrando as mulheres em todos os sentidos… Por serem quem são, por sua força, inteligência, sensualidade e fragilidade. Em alguns momentos como mulher nos foi dito que se agirmos muito sexy, os outros não nos levarão a sério. Não podemos simplesmente anular partes diferentes de quem somos… Elas podem apenas coexistir e serem muito autênticas e reais”, conta Flay.
A vontade de Flay de trazer um tema tão profundo e complexo para o álbum veio de uma reflexão de sua própria vida. “Durante a minha vida, neguei pra mim mesma toda e qualquer tragédia que me aconteceu. Senti vergonha por ser vítima e orgulho por ser vingativa. Passei por todas as etapas que alguém pode passar. Calei minha voz sobre assuntos que poderia ter usado para ajudar, de alguma forma, várias outras mulheres, mas eu não poderia continuar assim”, reflete a cantora.
Foi exatamente neste cenário que o título do álbum surgiu: “Imperfeita”. Entender que poderia ter feito mais, que ainda é afetada pelo machismo estrutural e que, mesmo depois de anos entendendo que é vítima, ainda consegue cair nas armadilhas da sociedade. “Eu sou a voz da mulher agredida, violada, subestimada, enganada, rejeitada, iludida, mas também sou a mulher que enganou, amou, perdoou, machucou. Eu sou tudo isso e um pouco mais. Eu sou, literalmente, imperfeita”, reforça Flay.
Para a artista, a grande expectativa do álbum não é só alertar outras mulheres – em um tom denso, irônico e, muitas vezes, cômico, mas também poder dialogar com o público feminino. “Eu não faço música em busca de aplausos, eu não faço em busca de números. Eu faço porque quero me conectar com pessoas através do meu canto e das minhas histórias que, consequentemente, vão cruzar com as delas. Busco tocar na alma das pessoas. Cantar sempre me permitiu isso: contar histórias, emanar energias boas, arrepiar, emocionar, criar memórias afetivas”, explica.
Segundo a artista, o lançamento é o maior desafio de sua carreira, ultrapassando, inclusive, sua experiência no reality show. “Eu achava que a maior exposição para mim era ser filmada 24 horas por dia durante três meses, pro Brasil inteiro – até que fiz, mas ao sair percebi que as pessoas continuavam não sabendo quem eu sou. Elas viram apenas um fragmento meu, vivendo em uma realidade paralela que, honestamente, eu nunca soube muito bem como lidar”, comenta.
Sendo assim, “Imperfeita” se apresenta como um diário compartilhado de Flay. É uma grande carta aberta para o público, em que a cantora finalmente pode mostrar cada uma de suas facetas. “Não tinha como ser de outro jeito, afinal, minha missão sempre foi com a música, e só ela poderia me conectar com as pessoas da forma que eu sempre quis”, finaliza. Assista ao vídeos: