Formada por Yuri Nishida (vocal e guitarra), Fi Ricardo (guitarra), Giu Canales (baixo) e Denis Mendes (bateria), Phantasme estreou, em abril, com o single “Espelho” e é a mais novidade no cenário de rock brasileiro. Seguindo a estreia, o quarteto lança agora “Atemporal”, acompanhado de videoclipe.
PHANTASME, NOVA PROMESSA DO ROCK NACIONAL, ACABA DE LANÇAR “ESPELHO”, SINGLE DE ESTREIA
“Atemporal” abre com sessões rítmicas que nos levam ao punk rock e apresenta riffs marcantes e pesados, passando por melodias e mudanças de compasso. “Temos a pulsação rítmica da bateria e suas diferentes opções como algo primordial em grande parte de nossas músicas. Essa energia é o fio condutor que nos guia nessa construção musical”, conta Phantasme.

A composição da canção nasceu de um riff de guitarra e surgiu na primeira leva de músicas compostas pelo grupo. “Nos desafiamos a tentar imprimir sonoramente a exata sensação que sentíamos na sala de ensaio. Gravamos grande parte dos takes com todos juntos, tocando ao mesmo tempo”, diz o quarteto.
Nos primeiros encontros, uma introdução e verso acústicos foram feitos. Depois, em estúdio, ganhou refrão. A gravação instrumental foi feita de forma semi-ao vivo no Estúdio High5, a de voz no Estúdio Purosom, ambos em São Paulo, e tudo foi captado, produzido, mixado e masterizado pelo produtor musical Nigéria (Tiago Redin).

A letra do single foi escrita após o vocalista e guitarrista Yuri Nishida assistir o documentário “Roadrunner”, sobre a vida e morte do chef e escritor Anthony Bourdain. Para ele, o chef viveu como um anti-herói de sua profissão, quebrando barreiras e desmistificando regras. “Questões que me identifico e me inspiram. Quis que a letra fosse curta e direta, apenas um grande questionamento”, afirma Yuri.
“Me diga agora o que vê sob os teus pés / Me diga agora se você é o herói”, canta Phantasme ao abrir a canção. Segundo o vocalista, o livro de Anthony Bourdain é ressoado pelo lema “Não é para onde você vai. É o que você deixa para trás” – que serviu de inspiração para o refrão: “Se vejo além do sol, a vida pode ser atemporal”.

Sob direção de Fernando Mencocini, o videoclipe de “Atemporal” explora camada mais profunda da banda, uma faceta artística menos óbvia. “Trouxemos referências que fugiam do convencional — do expressionismo alemão à linguagem contemplativa de Tarkovsky — com muitos jogos de silhueta, sombra e pontos de luz dura, criando um universo visual mais denso”, diz o diretor.
“O processo criativo foi um desafio e uma surpresa. Começamos com cenas pontuais – que carregavam a força da música e guiavam o clipe com intensidade – e aos poucos fomos completando o quebra-cabeça. A construção foi orgânica, quase sensorial. A pós-produção foi nosso maior campo de experimentação — testamos texturas, camadas e efeitos. O resultado é um trabalho que mistura força, poesia e estranheza, do jeito que a gente gosta”, afirma Fernando Mencocini.
O diretor ainda conta que o videoclipe de “Atemporal” se conecta ao de “Espelho”, canção de estreia de quarteto, em especial pelas imagens abstratas mostradas nos monitores. Juntos, formam uma unidade. Ao mesmo tempo, também acredita que “Atemporal” abra uma nova ramificação estética para a banda.
Phantasme é o resultado perfeito de uma amizade sólida de décadas interligada a uma conexão musical de poucos. “A sensação de tocarmos juntos foi a de que já tocávamos juntos há mais de 20 anos… como é nossa amizade. O plano é se divertir”, resumem.
A palavra que batiza o grupo é derivada do francês antigo: fantosme. A tradução inicial nos leva a “fantasma”, mas também pode ser interpretada como “ilusão” ou “fantasia” — significados que se entrelaçam com a estética e a proposta sonora da banda. Assista ao clipe: