Diogo Nogueira faz o lançamento de “Qual Futuro Então Virá?”, single em parceria com Ailton Krenak, importante ambientalista e filósofo brasileiro. Disponível em todas as plataformas digitais, a canção é inspirada pela sabedoria de Krenak e raízes de Diogo Nogueira, convidando o público a repensar as ações e a transformar a experimentação da vida no presente. A música, que chega acompanhada de um visualizer, carrega batidas do samba e se materializa como um grito pela preservação da natureza e futuro da humanidade.
A canção vai de encontro com uma das principais ideias do filósofo: “a Terra não é nossa, nós é que somos da Terra”. Esse é um ensinamento que também já vem sendo trabalhado na família Nogueira ao longo dos anos, desde o pai de Diogo, o cantor João Nogueira, com trabalhos como “Forças da Natureza” e “Xingu”, e agora se perpetuando nas ações e intenções do artista. O lançamento ganha ainda uma capa feita especialmente por Akuã – design ativista, ilustradora e Pataxó natural da Bahia. Entusiasta do Krenak, a artista estava na posse do autor na Academia Brasileira das Letras e o usa como inspiração em seus trabalhos que carregam ancestralidade e resistência em traços.
“O convite veio até mim de forma muito inesperada, não imaginava que algo tão bonito estava acontecendo e que eu poderia estar contribuindo para este nascimento. Antes de começar o processo de edição e criação ouvi este single de olhos fechados inúmeras vezes para absorver tudo o que ele poderia passar, cada frase e cada mensagem. As grandes inspirações que me moveram para esta criação foram as memórias que vinham da minha cidade natal”, celebra a artista.
“Essa música invadiu fortemente o meu interior, amplificando o sentimento mudança. Os grafismos que estão presentes na capa trazem a nossa identidade enquanto povos indígenas que sob muito sangue temos mantido a vida que ainda resta nesse Brasil. O fundo é a terra de todos os seres encantados, de nossos ancestrais e de todos os povos que já se foram, honrando e lembrando das lutas dos antigos, que sem eles não estaríamos lutando aqui hoje e agora, porque o futuro é agora e depende de todos nós”, complementa.
“Através dessa música, me proponho a refletir sobre como é difícil viver no seu próprio chão, tendo outras pessoas querendo tomar seu solo politicamente ou agressivamente. Escrita por três jovens compositores, Inácio Rios, Rafael Massoto e Ramon Torres, além do próprio Ailton Krenak, ela faz justamente essa pergunta: Qual o futuro virá? Qual é a ordem desse futuro? Como podemos lidar com o mundo não ouvindo a ancestralidade dos povos originários, que são a própria floresta?”, questiona Diogo Nogueira.
Com uma batida cativante e com a repetição de frases como “Toda consciência foi perdida, o quê que eu faço com a certeza? / Qual futuro então virá?”, Diogo Nogueira reforça importantes ideias de Krenak. “Gravar essa música foi muito emocionante, ainda estou nas nuvens”, diz o artista. “Ailton é um grande sábio, uma pessoa muito importante na defesa dos povos originários. Estou muito feliz com a participação dele. Podem ter certeza de que cada palavra que ele colocou tem detalhe e importância”, afirma Diogo ao completar.
“O convite foi uma surpresa. Quando eu vi a letra da música, a surpresa aumentou mais ainda”, diz Krenak, que se perguntou como iria se inserir em uma estrutura com outra visão de comunidade. “Na gravação, fizemos uma animada troca de ideias, onde pude ouvir uma música linda que o pai de Diogo fez. Isso me deixou totalmente tomado de sentimentos e me lembrou a imagem do fundo da floresta, que restabeleceu esse sentido de sagrado. Se conseguirmos juntar o lugar com o pensamento, o coração, onde a gente está, conseguimos experimentar isso que ansiamos tanto que é paz. E eu senti essa atmosfera aqui, acolhedora e carinhosa. Foi muito bom. Tomara que a gente se mova e muitas outras constelações de encontros aconteçam”, finaliza. Assista abaixo: