Com influências que vão do rap à MPB passando pelo neo soul, o álbum “Agridoce”, do cantor Dan Abranches, traz em cada faixa um pequeno universo. Inicia com canções românticas, leves e alegres, como o início de um relacionamento e, ao passar dos minutos, mergulha em momentos introspectivos, o disco finaliza com músicas grandiosas, mostrando que há potência mesmo no fim.
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O trabalho é fruto de um processo criativo fluido, que durou cinco meses e que se reflete na escolha do nome: é doce e amargo, traduzindo as nuances presentes no repertório. “Acredito no tempo da arte e não gosto de me forçar a criar apenas por pressão da indústria. A música, pra mim, vem de um lugar espiritual – é onde me expresso, onde deixo minhas impressões sobre o que vi, vivi e aprendi”, avalia Abranches.
“Em 2024, me senti pronto para criar algo novo. Estabeleci uma dinâmica diferente, com início, meio e fim definidos, me desafiando a ser menos perfeccionista e a respeitar a simplicidade e a naturalidade das coisas. Queria algo sincero, em que eu me sentisse mais livre, em um processo orgânico – gravando instrumentos reais, experimentando novas possibilidades sonoras e escrevendo letras genuínas”, acrescenta.
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Com 13 faixas, o disco foi produzido com recursos do Funcultura e parte do próprio significado da palavra “agridoce”: algo que causa, ao mesmo tempo, prazer e amargura. É neste novo álbum que o artista canta amores solares, mas também aborda temas como solidão, apagamento e críticas sociais, com destaque para a faixa “Trans-cendental” com Winnit, vencedor do Red Bull FrancaMente e a faixa “Maçã” com arranjo de cordas do Bruno Santos. “Como homem trans, sigo construindo uma carreira pautada na liberdade criativa, na performance e no diálogo com a diversidade”, define Dan Abranches.
“Tenho orientado minha carreira para uma música mais fluída e ‘Agridoce’ marca essa caminhada do eletrônico para o orgânico, sendo o meu primeiro trabalho a incluir baterias reais (que fiz os arranjos), além de beats, quarteto de cordas, coral e outros instrumentos. Fazer um álbum tem altos custos, e esse processo só foi possível graças ao apoio do projeto Funcultura, pelo qual fui contemplado”, destaca Dan. Ouça o álbum na íntegra:
