Criolo vem de uma série de cinco singles com videoclipes cinematográficos. O visual minimalista do álbum “Sobre Viver” abre uma brecha para o clipe de “Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais”. Este lançamento surgiu em parceria com o Soma+, projeto educacional da AKQA São Paulo que ajuda a expandir o conhecimento profissional de jovens talentos negros e indígenas, moradores de periferias do Brasil que desejam acessar o mercado publicitário.
O clipe “Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais” é um produto da campanha “Árvore da Riqueza”. A afirmação que pretos ganhando dinheiro incomoda demais vai além do que se vê, é preciso mostrar e ressignificar a prosperidade preta. Assim, surgiu a Fábula da Árvore da Riqueza. Conheça mais dessa história e mergulhe num universo de riqueza ancestral através do webapp.
O projeto inteiro é uma grande construção coletiva, entre alunos e alunas do Soma+ em parceria com as agências Gana e Mooc, a Oloko Records e o próprio rapper, que movimenta um ciclo de prosperidade preta. O clipe constrói um novo imaginário a partir da fábula da árvore da riqueza. A árvore da riqueza está ao alcance de todos por meio do webapp, em que seus frutos se conectam com outras árvores plantadas por projetos/negócios espalhados pelo Brasil.
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“O DanDan sempre faz essa reflexão: como é que você luta para ser aceito num mundo que sempre vai te rejeitar? É sem fim essa guerra. Por isso que falo: Eu vou ganhar dinheiro, mãe, porque é só assim que eles respeitam a gente. Mas pensar assim não é vitória do sistema? Mas eu vim do bairro que depende do Bom Prato, irmão. E os que nem o Bom Prato tem? Então, todo dia é vitória do sistema. A diferença é que, para vocês, nós temos que ficar só onde nós ficamos. E aí, conversa com a ‘Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais’. Eu poderia dar outro nome para a canção, mas eu faço questão do título ser o bagulho central, para quando estiver numa rádio, na televisão, a pessoa falar o nome da música. Então, mesmo sem ouvir, o nome da música já abre o debate”, complementa Criolo.
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“Todos os dias, a publicidade tem a oportunidade de ditar comportamentos e influenciar a cultura coletiva de milhões de pessoas. Os clientes buscam a ajuda das agências para satisfazer os consumidores que hoje exigem das marcas responsabilidade social e ambiental. Mas essa ajuda só será efetiva se os times das agências espelharem a sociedade em que as marcas estão inseridas. O Soma+ nasceu com esse objetivo e em três anos já capacitou mais de 1100 jovens negros e povos originários periféricos. Queremos convidar mais agências e marcas a participarem dessa iniciativa e abrirem vagas afirmativas para incluírem esses novos talentos no mercado de trabalho. Só juntos promovemos mudanças estruturais com impactos capazes de transformar não só o negócio, mas também a sociedade”, fala Paula Santana, líder de impacto da AKQA.
Produzido pela Landia, o roteiro do clipe é uma fábula que traz uma alegoria moral falando sobre a prosperidade do povo preto junto com a ancestralidade. Antigamente, os pretos tiveram seus frutos roubados, e é esse alerta que a diretora Hanna Batista deixa para que futuramente a riqueza não seja mais tirada do seu povo. A união é crucial para manter o legado do que já foi construído.
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“Quando eu falo da gente como povo preto, eu tento construir um imaginário que possamos nos ver no surreal, em um espaço de fantasia, lúdico, onde a gente possa ter histórias que envolvam prosperidade, que envolvam a união da gente como povo preto. E desde que o roteiro chegou, só abriu espaço para que toda a criação evoluir para esse lugar”, completa a diretora.
A equipe do curta foi composta por pessoas de diversos lugares do Brasil (Bahia, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros). Esse fator só contribuiu para o coletivo e troca de ideias, baseadas em bagagens diferentes e complementares.
O clipe traz várias crianças pretas, que ao descobrirem o poder da irmandade, se juntam para semear e cultivar a Árvore da Riqueza que cresce e dá frutos para toda a comunidade. “Eu gosto da ideia das crianças conseguirem se identificar. Ali a gente passa uma lição, contamos de uma forma ilustrativa o que já vem acontecendo com nossas árvores da prosperidade sendo podadas, seja na violência policial, na violência política do Estado. É um filme onde as crianças conseguem entender uma moral. É a união que faz a força e que juntos vamos conseguir defender o que é nosso”, finaliza Hanna Batista. Assista ao resultado: