A Editora Expressão Popular, em parceria com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), lança o livro “Eleanor Marx: Uma Vida”, primeira biografia da filha caçula de Karl e Jenny Marx a ser traduzida e publicada no Brasil. A obra é escrita pela historiadora inglesa Rachel Holmes, que também biografou a sufragista Sylvia Pankhurst e Sarah Baartman, mulher africana originária do grupo khoi, escravizada, e uma das vítimas do racismo científico. O livro foi traduzido pela mestre em sociologia política, Lia Urbini, pela doutoranda do Departamento de Linguística da USP, Cecilia Farias e pela tradutora Letícia Bergamini.
“A BASTARDA DE DEUS” MOSTRA COMO OS TEXTOS SAGRADOS PERPETUAM A CULTURA DO ESTUPRO E DO FEMINICÍDIO
“A biografia tem uma escrita fluida e cativante, e nos apresenta a vibrante trajetória de uma militante que se envolveu de corpo e alma nas principais questões da esquerda à época, abrangendo uma multiplicidade de frentes de ação. Eleanor escreveu panfletos, traduziu assembleias, deu aulas, apostou nos trabalhos de base, organizou arrecadações de fundos para partidos e sindicatos, fortaleceu campanhas fundamentais como a de libertação dos mártires de Chicago e realizou uma imensidade de falas públicas sobre o mundo do trabalho e a perspectiva socialista”, comentam as tradutoras da obra.
Eleanor Marx nasceu em janeiro de 1855 e tornou-se uma importante figura feminista socialista. “Mas o interessante nesta biografia é observar como, proporcionalmente, questões como a do filho não reconhecido de Marx ou a sobrecarga de trabalho advinda da lida com a desigualdade na divisão do trabalho reprodutivo – no caso das mulheres da família – aparecem como incontornáveis, mas, ao mesmo tempo, não apequenam, vitimizam ou demonizam os envolvidos. Elas estão ali, com um bocado de outras experiências extraordinárias e inovadoras”, destacam as tradutoras. 576 páginas. R$ 60.