O ano de 2020 foi, para Vitão, cheio de acontecimentos, bons e ruins: lançou seu primeiro álbum, mas em paralelo, viveu na pele uma onda de hate. Por conta de todo esse ocorrido, o artista começou a escrever, cada vez mais, músicas que têm um significado reflexivo, que falam sobre assuntos como saúde mental, machismo e sua desconstrução, entre outros, mas sem deixar de falar de amor. Foi assim em “Pensa” e “Chamego”, e não será diferente em seu novo single: “takafaya”.
“PENSA” MARCA NOVA FASE DE VITÃO E ACABA DE GANHAR UM VIDEOCLIPE
Com letra do próprio cantor e, pela primeira vez em sua carreira, produção completamente feita também pelo cantor, “takafaya” nasceu em um dia de imersão em casa, quando o artista estava sozinho e ganhou esse nome a fazer associação a “tacar fire (fogo)”. “No começo, o nome veio como uma brincadeira, assim como uma parte da letra, mas durante o processo de escrita, acabei entrando em uma reflexão um pouco maior e levando o conceito para outro lado”, explica Vitão. Mesmo com alguns versos românticos, a canção está carregada de críticas e faz alusão ao processo de renovação. “Às vezes é necessário deixar queimar coisas tristes para poder se transformar em algo diferente, mais forte, como uma fênix. ‘takafaya’ é sobre isso e sobre a estrada da vida”, completa o artista.
Dentro deste universo, o cantor decidiu dividir a música em três momentos diferentes: o primeiro, de uma forma mais melancólica; o segundo, que demonstra a indignação, em que ousou ao optar em incluir uma parte de rap na canção, diferente de seus últimos trabalhos; e o terceiro, que é um momento mais feliz, de deixar a vida levar. “Resolvi incluir o rap principalmente porque entendo que ele tem essa ideia de transformar indignação em luta, de forma mais forte”, explica.
“CHAMEGO”, NOVO SINGLE DE VITÃO E RAEL ACABA DE GANHAR VIDEOCLIPE
Nos versos em questão, Vitão faz uma crítica ao machismo estrutural, mais um assunto que ele viu de perto nos últimos tempos. Ele fala sobre como as mulheres sofrem nas mãos de alguns homens e depois ainda escutam críticas de quem deveria protegê-las, como a polícia, por exemplo. Além disso, também comenta sobre as pessoas não aceitarem quem ele é. “Eu já me podei bastante depois de tudo que aconteceu, tentei ficar mais recluso. Com o tempo, entendi que não deveria ser assim, pelo contrário, eu nasci assim, não preciso mudar porque alguém na internet disse algo pra mim. É preciso “tacar fogo” nisso tudo e nascer de novo”, pontua o cantor.
Levando tudo isso para as telas do audiovisual, Cauê Tarnowski, diretor do videoclipe de “takafaya”, junto a Vitão, decidiu seguir uma linha mais vintage na gravação, com paisagens diversas e um corte mais quadrado. O clipe foi gravado nos Estados Unidos, onde o cantor conheceu outros artistas e estúdios, expandindo ainda seu networking.
No clipe, decidiram buscar dois tipos de cenários: locais secos e outros cheios de vida, além de demonstrar exatamente os três momentos da música: melancólico, indignação e felicidade. “A ideia é mostrar esse contraste mesmo, das cinzas para o renascimento. Por exemplo, tanto as cinzas como a vida são decorrentes de um calor, mas se desenvolvem em formas diferentes. Quisemos mostrar isso nas paisagens”, explica Vitão.
Com saturação alta, o clipe dá a sensação de quem está em um ambiente quente e recebe um contraste exatamente na parte do rap, em que a produção ganha um filtro preto e branco e mais cenas dentro de locais fechados. Segundo o artista: “Esse trecho do clipe e da música vem para dar outro ritmo na produção e quisemos colocar isso no vídeo também. Por ele mostrar um período mais intenso e divisório na música, fizemos questão de trazer algo diferente, com cenas mais desconstruídas, cortes diferentes, mostrando mesmo o sentimento. É logo depois dele que vem o núcleo da felicidade, que é a maioria da música, então trazemos um ritmo mais rápido e ambientes mais animados. Acredito que é assim que tem que ser, que temos que dar mais atenção para o lado bom e evoluir. Espero que todos gostem”. Assista: