“CLARICE LISPECTOR E O CLÁSSICO CHINÊS I CHING” MERGULHA NO PROCESSO CRIATIVO DA ESCRITORA

OBRA DE MARÍLIA MALAVOLTA REÚNE E DESTACA MÚLTIPLOS EXEMPLOS DE UM ASPECTO RECORRENTE DA POÉTICA CLARICIANA
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12.10.2023

Divulgação

Colocar Clarice Lispector ao lado de outros gigantes da literatura, como Jorge Luis Borges e Octavio Paz, que também exploraram esteticamente o clássico chinês I Ching, e com isso desmistificar interpretações que, por vezes, limitam sua relação com o livro chinês apenas a uma dimensão oracular. É este o principal objetivo da pesquisadora Marília Malavolta em “Clarice Lispector e o Clássico Chinês I Ching: Símbolos em Convergência”. Neste lançamento da Editora Unesp, abrem-se novas portas para compreender a riqueza e a complexidade da poética clariciana, explorando as fascinantes convergências entre a escritora e as artes poéticas orientais.

“CONSTELAÇÃO CLARICE” CELEBRA A OBRA E O LEGADO DA ESCRITORA CLARICE LISPECTOR NO IMS PAULISTA

“É quase impossível esclarecer a pluralidade sempre renovada, em movimento contínuo, segundo Marília Malavolta descreve, da literatura de Clarice Lispector”, pontua a pesquisadora argentina e professora de literatura latino-americana na University of Richmond Mariela Méndez, nas orelhas do livro. A artista plástica Maria Bonomi registra, no prefácio, que “convivi e garimpei a vida, por quase duas décadas, com Clarice para não hesitar em garantir que este livro constitui um divisor de águas para a percepção de sua existência criativa sem limites. Falo assim porque a considero a artista inspiradora máxima em qualquer tempo de escrita existencial”.

A autora nos guia por uma jornada do modo de fazer de Clarice Lispector. No primeiro capítulo, apresenta e explora a aderência clariciana. No segundo, faz uma comparação com o conceito de aderir chinês. No seguinte, mostra a relação específica de Clarice com o I Ching e, no quarto capítulo, revela os termos de seu valor oriental.

“Surpreendente. Atordoante. Até morrer, Clarice Lispector foi autora ‘esquisita’, indecifrável, enigmática, difícil, com poucos leitores. Chegou a ser demitida do Jornal do Brasil por “não saber escrever crônicas, segundo o editor. Morta, em poucos anos tornou-se mito, lenda, sucesso de vendas”, pontua, na quarta capa, o imortal da Academia Brasileira de Letras Ignácio de Loyola Brandão.

“O que existe de estudos em torno dela é incomparável. Agora chega o trabalho de Marília Malavolta. Excitante. Clarice vista pelo I Ching. Dos primeiros esboços da pesquisa até a publicação deste livro, se foram quatorze anos. Tudo é demorado com Clarice. Sua literatura e o I Ching. Surpreendente, fascinante. O clássico das mutações é dos mais antigos livros de filosofia chinesa. Inusitado, muitas vezes espantoso, assim devorei o livro de Marília, uma descoberta, um encanto de cada vez. Clarice, cada vez mais perene”. 168 páginas. R$ 64.

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