O cantor e compositor Cícero lança seu novo disco, “Concerto 1”, com dez versões orquestradas de seus maiores sucessos. Após a bem sucedida turnê homônima, que rodou as principais capitais do Brasil, o artista selecionou algumas de suas mais conhecidas composições e produziu o que se tornou a coletânea. Incluindo “Tempo de Pipa”, “Capim-limão”, “Por Botafogo” e muitas outras, o álbum já está disponível nas plataformas de música.
“Primeiro eu selecionei as músicas que entrariam no show, pensando em tocar as que o público mais gosta de cada um dos meus álbuns. Para o disco, escolhi as que ficaram mais bonitas orquestradas, também seguindo essa vontade de ter faixas de todos os álbuns”, conta Cícero sobre o processo criativo.
Com arranjos de Felipe Pacheco, que já trabalhou com nomes como Gal Costa, as músicas de Cícero ganham dimensão de música clássica, onde um quarteto de cordas e um quinteto de sopros executam os temas que foram lançados em seus álbuns, quase sempre com estética low-fi. Com isso, melodias de Casiotone se transformam em flautas, baixos em clarones, guitarras em trompetes, levando o universo de Cícero a diferentes séculos da música.

O artista ainda revelou que sempre teve vontade de orquestrar suas obras: “Foi muito prazeroso, porque eu sempre imaginei esses arranjos para as minhas músicas. Mesmo quando fazia em um teclado ou no computador, sempre projetei essa versão clássica para as minhas ideias. A ideia de gravar a orquestra ao vivo veio junto com a ideia do show, que era de gravar e projetar os músicos. Além do fato de as gravações clássicas de orquestra serem com todos os músicos ao vivo, com todos os harmônicos acontecendo”.
Acompanhe faixa a faixa por Cícero:
“Tempo de Pipa” – A primeira música do meu primeiro disco solo e a minha mais conhecida. Uma marchinha de carnaval que fiz depois de passar um carnaval em Santa Teresa em 2010. Quinze anos depois, ela volta trazendo outro sentimento pra mim.
“Capim-limão” – Música que marcou uma mudança estética na minha composição na época e acabou se mostrando meu movimento natural, o de sempre ir em outra direção na hora de compor. Quando fiz, há mais de dez anos, já imaginava esse tipo de arranjo para ela. Era uma vontade antiga.
“À Deriva” – Lançada no meu quarto álbum, essa música foi feita após uma viagem a Portugal e fala sobre encontrar abrigo em uma nova possibilidade de realidade que o amor revela sem aviso.
“De passagem” – Feita e gravada nos anos em que morei em São Paulo, fala de um romance idealizado no vai e vem dos dias nos transportes públicos e no trânsito das grandes cidades. Versos sobre um crush no trem.
“Ela e a Lata” – Uma cena dura e comum das grandes cidades, com várias interpretações possíveis, todas corretas – (assista ao clipe abaixo).
“A Praia” – Alguns versos sobre o amor, sobre as canções de amor e sobre a forma como um inventa o outro.
“A chuva” – Composta e gravada em Portugal, se relaciona com À Deriva por ser um outro momento da mesma história.
“Miradouro Nova Esperanca” – Dei esse nome de miradouro que não existe, mas que existe como imagem, como um lugar mental, de reflexão.
“Por Botafogo” – Uma bossa estranha que fiz nos anos em que morei em Botafogo, no Rio de Janeiro.
“A cidade” – Sem violão, essa música carrega muito da estranheza e da beleza dos dias atuais nas cidades grandes. Ouça o álbum na íntegra: