Será lançado nesta semana o livro “Cativeiro Sem Fim”, de Eduardo Reina. Trinta e quatro anos após o fim da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), a publicação, realizada em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e Alameda Casa Editorial, traz histórias de bebês, crianças e adolescentes que foram seqüestrados durante a ditadura.
A partir de extensa investigação, o jornalista Eduardo Reina descobriu 19 casos de seqüestro de filhos de militantes de esquerda ou de pessoas contrárias ao regime ditatorial – 11 ligados diretamente à Guerrilha do Araguaia e outros oito no Rio de Janeiro, em Pernambuco, no Paraná e no Mato Grosso. Com a ajuda de militares, funcionários públicos, funcionários de instituições e de cartórios, as vítimas foram entregues a famílias de militares e a pessoas ligadas aos órgãos de repressão. Algumas ainda procuram seus pais biológicos, e outras continuam desaparecidas, mas seus familiares contam suas histórias.
O livro reportagem traz mais do que apenas relatos de seqüestros e desaparecimentos de crianças e adolescentes. É o registro dos atos – jamais admitidos ou investigados – praticados por agentes da repressão aos movimentos de resistência à ditadura brasileira e demonstra o terrorismo cometido pelo Estado durante o período. A obra é uma produção meritória, escrita por um jornalista que acima de tudo é um cidadão a serviço da Memória, da Verdade e da Justiça. 310 páginas. R$ 56.