‘Bingo – O Rei das Manhãs’, primeiro longa-metragem dirigido por Daniel Rezende (montador indicado ao Oscar, e vencedor do Bafta, por ‘Cidade de Deus’), não deu chances para os concorrentes e conquistou as quatro categorias envolvendo longas de ficção no Prêmio ABC 2018.
Organizado desde 2001 pela Associação Brasileira de Cinematografia, a cerimônia, apresentada pela atriz Tainá Müller, foi realizada no último sábado (12), mais uma vez na sede da Cinemateca Brasileira, em São Paulo (assista na íntegra, ao final do texto).
‘Bingo’, que no ano passado foi escolhido como representante brasileiro no Oscar deste ano, levou os prêmios de melhor direção de arte, som, montagem e fotografia – este último entregue pelo holandês Kees Von Oostrum, atual presidente da ASC (Sociedade Americana dos Diretores de Fotografia), umas das instituições mais prestigiadas pelo setor no mundo inteiro.
A vitória de ‘Bingo’, filme inspirado na vida de Arlindo Barreto, famoso por interpretar o palhaço Bozo nos anos 1980, confirma a força das cinebiografias no prêmio, e começa a dar indícios do que poderemos ver no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, a ser entregue no segundo semestre.
Na edição anterior do Prêmio ABC, ‘Elis’, baseado na vida da cantora Elis Regina, venceu em três categorias, sendo batido apenas em montagem, por ‘Aquarius’. Meses depois, no GP Brasil, ‘Elis’ faturou as quatro categorias contempladas pela ABC. Em 2016, ‘Chatô – O Rei do Brasil’, sobre o magnata das comunicações Assis Chateaubriand, assim como ‘Bingo’ neste ano, conquistou os quatro troféus em disputa no Prêmio ABC, concorrendo a todas eles no GP Brasil, onde ganhou em direção de arte. Já em 2015, disputando os mesmos prêmios, ‘Tim Maia’ venceu em som e direção de arte na ABC, sendo derrotado em fotografia e montagem por ‘O Lobo Atrás da Porta’. No GP Brasil, triunfou como melhor som, com ‘O Lobo’ repetindo as vitórias do Prêmio ABC.
Além de ‘Bingo’, o único longa que também disputou todas as categorias possíveis foi ‘O Filme da Minha Vida’, de Selton Mello, o que possibilitou com que os diretores de fotografia Walter e Lula Carvalho, pai e filho, repetissem o duelo de 2015. Mais uma vez, Lula triunfou – antes com ‘O Lobo Atrás da Porta’ (o pai concorria por ‘Getúlio’), e agora por ‘Bingo’. Walter, em compensação, com ‘Os Dias Eram Assim’ (Globo), venceu pela quarta vez nos últimos cinco anos o prêmio de melhor fotografia em série de TV.
Walter e Lula Carvalho
Outro destaque da noite foi o versátil diretor de fotografia Adolpho Veloso, ganhador em nada menos do que três categorias: fotografia em documentário (‘On Yoga’), curta-metragem (‘Diana’) e filme publicitário (Natura).
Adolpho Veloso
Confira todos os vencedores:
Direção de Fotografia: ‘Bingo – O Rei das Manhãs’ (Lula Carvalho, ABC)
Direção de Arte: ‘Bingo – O Rei das Manhãs’ (Cassio Amarante, ABC)
Montagem: ‘Bingo – O Rei das Manhãs’ (Márcio Hashimoto)
Melhor Som: ‘Bingo – O Rei das Manhãs’ (Jorge Rezende, Alessandro Laroca, Armando Torres Jr, ABC, Renan Deodato e Eduardo Virmond Lima)
Fotografia em Documentário: ‘On Yoga: The Architecture of Peace’ (Adolpho Veloso)
Fotografia em Curta-Metragem: ‘Diana’ (Adolpho Veloso)
Fotografia em Série de TV: ‘Os Dias Eram Assim’ (Walter Carvalho, ABC)
Fotografia em Filme Publicitário: ‘Natura’ (Adolpho Veloso)
Fotografia em Filme Estudantil: ‘Cravo, Lírio e Rosa’ (João Victor Borges – Universidade Federal Fluminense)
Assista a cerimônia na íntegra: