Passeando por uma pluralidade de ritmos como quem caminha atento às belezas e às loucuras nas ruas de São Paulo, a banda Tietê apresenta o primeiro álbum da carreira – “Buraco Na Parede”. O grupo paulistano formado pelos jovens artistas Dodó Stroeter, Ettore Bento, Fela Zocchio, Pedro Carboni, Rubi Assumpção, Theo Cardoso e Victor Forti lança o trabalho se ancorando em diferentes referências musicais – como Gilberto Gil, Mulatu Astatke, Itamar Assumpção e Anelis Assumpção, Ebo Taylor, Little Simz – e entrega nesta estreia força percussiva e narrativa.
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O disco foi concebido após três anos de pesquisa musical entre os artistas, com a produção musical de Maurício Badé (percussionista de artistas como Mestre Ambrósio, Criolo, Anelis Assumpção, Batucada Tamarindo, entre outros), mixado por Fernando Narcizo no Estúdio Butan One e masterizado por Fernando Sanches no Estúdio El Rocha. São nove faixas que dialogam tanto com a aceleração dançante quanto com a contemplação do mundo, ambas experiências que cabem na metrópole.
“São músicas muito variadas, que passam por diversos lugares como maracatu, samba reggae e rock. É realmente como se fosse o percurso de um rio – Tietêvem daí –, que ganha novas possibilidades porque somos uma banda que tem diferentes influências, especialmente da nossa cidade“, explica Pedro Carboni, vocalista, guitarrista e trombonista.
“Buraco na Parede” foi o nome escolhido para estabelecer uma relação imagética com o público ouvinte. “O título é mais aberto justamente porque dá espaço poético para vários gêneros musicais, temáticas e interpretações. O que é esse buraco? Pode ser uma fuga frente a tudo isso do mundo que nós, como jovens, enfrentamos. Pode ser um convite para um refúgio, como se quem ouve pudesse adentrar na música com a gente”, comenta Dodó Stroeter, vocalista e saxofonista.
Em “Uma Lágrima”, Tietê conta com a participação da cantora Karina Buhr, que reforça na faixa a sonoridade orgânica do grupo. “Tinha encontrado a banda em idas e voltas de ensaio, estava curiosa demais com o que viria e fiquei feliz de ouvir um pedaço disso, as percussões tão bem tocadas e bem gravadas, um maracatu que vai chegando aos poucos e depois toma tudo”, comenta a artista.
Para Maurício Badé, o processo de produção do álbum foi de entrosamento e engajamento musical desde o início entre os artistas, referenciados em nomes fundamentais da música brasileira. “As principais referências para esse trabalho foram um pouco de Secos & Molhados, Cátia de França, Arrigo Barnabé, o que resultou num suingue balançante”, avalia o produtor.
Com o lançamento, a banda condensa os trajetos musicais que constrói desde 2019. “Foi muita imersão, muita criação e também muita treta boa para colocar esse disco no mundo, então o sentimento é de muita realização. A gente se entregou a esse disco de um jeito muito ambicioso. Trabalhamos com arranjos complexos, participações importantes. Acho que isso tudo se traduz no álbum, que serve como um registro do aprendizado que acumulamos até agora, como artistas de 20 anos”, analisa Dodó.
A banda lançou em março o single “Zig Zag”, que antecipou a percussão, os instrumentos de sopro e o sotaque latino característicos do álbum. Com “Buraco na Parede” no mundo, planejam organizar agenda de shows para encontrar com o público e a produção de conteúdos audiovisuais ligados ao disco. Ouça o álbum na íntegra:
