ANA CACIMBA RESSALTA SUAS TRADIÇÕES, FÉ E ANCESTRALIDADE EM SEU PRIMEIRO EP “CURA”

O CLIMA POP GANHA FORÇAS COM OS RITMOS TRADICIONAIS E A POÉTICA DA CULTURA POPULAR
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02.04.2021

Alexandre B A / Divulgação

Com quatro canções autorais, Ana Cacimba narra seus processos pessoais de cura, em meio a uma pandemia mundial, a partir de seu entendimento sobre suas próprias origens, suas raízes quilombolas, seu lugar enquanto mulher negra de pele clara e suas vivências de mãe solo e artista periférica.

“Nesse EP, o primeiro da minha carreira de seis anos, trago para a reflexão temas como ancestralidade, tradições, fortalecimento feminino, fé afro religiosa, autoconhecimento e capacidade de acolher nossas próprias dores, mas com a esperança de que dias melhores virão. Foram essas as narrativas que me mantiveram e continuam mantendo de pé”, ressalta a cantora, compositora e brincante paulista.

Nesse registro, o clima pop ganha forças com os ritmos tradicionais e a poética da cultura popular que desde sempre embalaram a artista no samba de roda, maracatu e ijexá. Agora, toda essa atmosfera surge acompanhada de guitarras elétricas e toques latinos.

Disponível em todas as plataformas digitais, incluindo uma visualização oficial feita por Renan Cruz, “Cura” foi musicalmente dirigido por Leo Acevedo e tem a produção assinada por Sandrinho Azúkar. Lançado pelo selo 217 Discos, sendo o primeiro lançamento do selo independente. Nas inspirações que colorem esse EP, bandas e artistas como Metá Metá, Mariene de Castro, Siba, Alessandra Leão, Kiko Dinucci, Luedji Luna, Nação Zumbi, Clara Nunes, Mestre Ambrósio, Renata Rosa, Batucada Tamarindo, Déa Trancoso e Os Tincoãs.

“Casinha no Mato” é a música que abre o disco, é uma canção sobre memória afetiva e ancestralidade. “Escrevi essa letra lembrando da infância na roça, dos aromas, das sensações e principalmente da memória da casinha da minha vó materna, Dona Ana, conhecida como Vózinha Sinhá, na comunidade quilombola de Caititu do Meio, no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais. Minha avó é uma grande referência pra mim, pois ela era quem cantava na beira do rio lavando roupa, ela que benzia com suas plantas e versinhos, ela quem partejava as mães da comunidade e ajudava a trazer o mundo novas vidas. Foi ela quem ensinou as canções pras mulheres da família, como forma de expressar os sentimentos e de tornar o trabalho menos árduo e mais ritmado, quando eu nasci ela já tinha falecido, mas eu sinto que ela sempre esteve comigo, principalmente quando eu canto e, acredito que cantar pra ela e sobre ela, foi a minha melhor forma de homenageá-la”.

LUZIA, BENTA, MARIA, LUÍZA, AURINDA, ANTONIETA E ESPERANÇA – A MULHER NEGRA TEM HISTÓRIA

“Delicadeza” é uma canção que fala do fim, do fim de uma história de amor na vida de uma mulher, mas do começo de uma nova, dessa vez consigo mesma. A canção fala sobre se reerguer, sobre se cuidar, acolher suas dores, respeitar os processos e se bastar, é sobre se reerguer e se amar. Já “Benzedeira” é sobre tradições de família, é uma óde à sabedoria ancestral das mulheres rezadeiras, benzedeiras e curandeiras, que conhecem a força e o poder das folhas e dos rezos. E por fim “Filha de Pemba” é sobre fé afro religiosa, a confiança no orixá e em si mesma, na força que nos mantém em pé mesmo em momentos tão adversos, é sobre acreditar e fazer por onde. Axé Saravá. Ouça:

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