A palavra “eu” é um pronome pessoal e pode ter o significado de “aquele que fala ou escreve para se referir a si mesmo” e “a individualidade da pessoa humana”. Quando Rafael Galhardo olhou para a sua carreira de cantor, músico e produtor, seu histórico de trabalhos com artistas como Ponto de Equilíbrio, Elza Soares, Cidade Negra e outros nomes, entendeu que estava na hora de também se referir a si mesmo. Assim surge, Eu Galhardo, o artista em que a sua singularidade é ressaltada e músicas escritas ao longo dos anos é revelada. “Eu” não é só sobre seus sentimentos, mas também sobre seu olhar sobre o mundo.
A construção de “Eu” aconteceu de forma orgânica e extensa, sem pressa. As músicas foram gravadas primeiro em voz e violão, que foi como todas foram concebidas. Sem nenhuma outra ideia em volta, Galhardo enviava as guias aos amigos músicos que foi convidando ao longo do projeto e os arranjos eram criados no estúdio em conjunto. As letras das músicas são resgatadas de vários momentos em que o artista compunha, sem saber que mais para frente lançaria seu álbum solo.

“Eu” é uma combinação de rock pop, tem pitadas de reggae com nova mpb e tudo que está em volta do cantor que através de seu olhar sobre o mundo, retratou cada canção propondo reflexão e sentimentos. É a viagem do interior para o exterior dos seus pensamentos.
O álbum começa com a primeira faixa lançada deste trabalho – “Olhe Só” (assista abaixo), apesar do aspecto solar, o clipe recebeu uma crítica sobre o uso da tecnologia. “La e Cá” fala sobre aceitar as nuances que a vida tem, e o desejo de fazer o certo, sem pressa. Depois vem a alto astral e com pitadas de reggae “Seja Luz”, que assim como o nome, a música passa essa vibe e fala de sempre fazer o bem. “Ioio” é descrita por Galhardo como “Um xote espacial sem gênero. Feito para a pessoa que deseja, metaforicamente, dançar a mesma música que você”.
“Estar” é iniciada por voz, guitarra e violão, o ritmo calma embala a voz de Galhardo que diz sobre não se importar com o que os outros digam. Em seguida, a envolvente “Certo Talvez” vem para indagar, o que é melhor a razão ou a emoção?. “Meus Botões” têm uma levada gostosa, mas fala sobre a saudade de um relacionamento distante. “O que existe em você” foi feita sobre a reflexão de “O que existe de bom na gente?”.
Já “Seu Lugar” é sobre alguém que não está em lugar nenhum, partir ou ficar, nesta também podemos ver uma influência do reggae. “Tempo” é empolgante, dá vontade de correr pela rua e aproveitar cada momento que temos. E por fim, “Inconstante” é a faixa mais densa, onde os instrumentos nos levam a reflexão, enquanto Galhardo canta sobre um período em que estava perdido. Ouça o álbum na íntegra: