Com o lançamento da terceira temporada de “Lupin”, nesta quinta-feira (5), na Netflix, um dos personagens mais famosos da França volta às telas para novos mistérios. Arsène Lupin foi criado por Maurice Leblanc como uma resposta ao clássico britânico Sherlock Holmes. Existem mais de vinte obras dedicadas ao criminoso francês. Ousado, sedutor e divertido, Lupin é o ladrão mais famoso do início do século XX. Responsável por uma série de crimes misteriosos na França na virada do século XX, o anti-herói mantém um código de honra muito próprio: atormenta os seus oponentes, ridiculariza a burguesia e ajuda os mais fracos. Um Robin Hood muito francês, portanto.
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Encarado como a irônica resposta francesa a Sherlock Holmes, “Arsène Lupin: Cavalheiro e Ladrão” é o primeiro livro de uma série de vinte títulos empolgantes que Maurice Leblanc dedicou a Lupin, um dos personagens mais marcantes do gênero policial. A obra serviu como base para muitas adaptações para o teatro, cinema e televisão. A mais recente sendo a série, na qual inspira o ladrão de casaca Assane Diop que está decidido a vingar o pai por uma injustiça cometida por uma família abastada, estrelado por Omar Sy no papel principal, Ludivine Sagnier e Clotilde Hesme.
A última adaptação para o cinema foi a versão de 2004 estrelada por Romain Duris, Kristin Scott Thomas e Pascal Greggory e dirigida por Jean-Paul Salomé. Desde a criação do personagem, ele já foi adaptado até mesmo para o cinema alemão e argentino, porém, uma das adaptações mais famosas é o mangá Lupin III, o qual se tornou um anime também bem sucedido posteriormente.
Criado em 1905, Lupin tem como marca roubar apenas dos ricos e burgueses, daqueles que acumulam fortuna de maneira suspeita. As aventuras de Arsène Lupin se apoiam na lógica, no raciocínio e na dedução, elementos-chave das clássicas narrativas policiais. Tanto no livro quanto na série, a arma mais mortífera de Lupin é a perspicácia. Além disso, o personagem possui diversas complexidades, especialmente por trazer o ponto de vista de um anarquista que vive como aristocrata e aborda questões filosóficas e políticas dessa questão.
Nas nove histórias que compõem as primeiras aventuras, Lupin ainda enfrenta um grande detetive inglês, não por acaso chamado Herlock Sholmès, em referência ao personagem de Arthur Conan-Doyle. Maurice Leblanc foi um escritor e jornalista francês, era filho de um armador naval e trabalhou durante algum tempo na empresa da família, até conseguir estabelecer-se como repórter policial, tendo publicado o seu primeiro livro aos vinte e três anos de idade, um romance psicológico com o título “Une Femme”.
Ele continuou a sua carreira na imprensa durante vinte anos, recolhendo material e compondo lentamente a personagem que o consagrou como escritor. Em 1907, apareceu “Arsène Lupin: Cavalheiro e Ladrão”, livro que trouxe o icônico personagem à tona com ironia, charme e astúcia. A Editora Landmark possui uma edição de luxo bilíngue em português e francês de “Arsène Lupin: Cavalheiro e Ladrão”, que apresenta a obra-prima de Maurice Leblanc em uma inédita, resgatando todas as aventuras originais do ladrão astuto e encantador. O livro está disponível na Amazon, nas principais livrarias do país e no site oficial da Editora Landmark. 328 páginas. R$ 61.