100 ANOS DE JOSÉ SARAMAGO – RELEMBRE AS OBRAS QUE MARCARAM A CARREIRA DO ESCRITOR

AS OBRAS LITERÁRIAS DE SARAMAGO TRAZEM UMA ABORDAGEM SOCIAL COM CRITICAS POLÍTICAS E RELIGIOSAS
}

16.11.2022

Divulgação

José Saramago, escritor português, nasceu no dia 16 de novembro de 1922. Ainda jovem se mudou com a família para Lisboa, onde trabalhou como serralheiro mecânico e tradutor. Após alguns anos iniciou a carreira de escritor, lançando seu primeiro romance intitulado “Terra do Pecado”, em 1947. Uma de suas obras mais polêmicas é “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de 1991, que gerou grande repercussão na época da sua publicação. Mas o seu romance mais conhecido é “Ensaio Sobre a Cegueira” (1995), de Fernando Meirelles, devido à sua adaptação de grande sucesso para o cinema.  

NO CENTENÁRIO DE SUA MORTE, CONHEÇA ALGUMAS OBRAS DO JORNALISTA E ESCRITOR LIMA BARRETO

As obras literárias de Saramago são realistas e trazem uma abordagem social, com críticas políticas e religiosas, mostrando a luta do escritor pelos direitos humanos. Foi vencedor do Prêmio Camões, a mais tradicional premiação da literatura em língua portuguesa, e do Prêmio Nobel de Literatura, a mais famosa premiação literária internacional. 

Que tal conhecer um pouco mais ou relembrar as obras de José Saramago? Separamos abaixo quatro livros do escritor português e todos fazem parte do acervo da BibliON, a biblioteca gratuita do Estado de São Paulo. Confira: 

Ensaio Sobre a Cegueira 

Uma terrível “treva branca” vai deixando cegos, um a um, os habitantes de uma cidade. Com essa fantasia aterradora, Saramago nos obriga fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu. Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma “treva branca” que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. O ‘Ensaio Sobre a Cegueira’ é a fantasia de um autor que nos faz lembrar “a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: “uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”.  

O Ano da Morte de Ricardo Reis 

Depois de uma temporada de auto-exílio no Brasil, o heterônimo de Fernando Pessoa está de volta a Lisboa. O ano é 1936, e ele tem de pôr de lado sua índole contemplativa para poder se situar em meio aos acontecimentos políticos de uma Europa em ebulição. A notícia da morte de Fernando Pessoa, telegrafada de Lisboa pelo companheiro de heteronímia Álvaro de Campos, faz Ricardo Reis decidir-se a retornar imediatamente a Portugal. Como logo percebem os funcionários do hotel onde ele se hospeda na noite tempestuosa da chegada a Lisboa, Reis possui um temperamento formal e comedido. Gosta de fechar-se em seu quarto, aparecendo quase somente nos horários das refeições ou nas saídas e chegadas de suas perambulações solitárias pela cidade. Enquanto espera tranquilamente a hora de ir juntar-se ao seu criador, assiste pelos jornais ao espetáculo do mundo e às vezes compõe versos dedicados à camareira do hotel ou a uma jovem hóspede com a mão esquerda paralisada. As fronteiras habituais entre realidade e literatura dissolvem-se de modo impactante nesta amostra emblemática da ficção de José Saramago. O ano da morte de Ricardo Reis é considerado por muitos críticos seu melhor romance e o livro-chave que o projeta entre os maiores prosadores da língua portuguesa. Aproveitando habilmente o fato de Fernando Pessoa não ter fixado em seus escritos a data da morte de Reis, o autor encena os últimos meses do poeta das musas abstratas com sua habitual maestria narrativa. A caligrafia da capa é de autoria da cineasta Daniela Thomas. 

Viagem a Portugal 

Roteiro poético-fotográfico de Portugal que tem por guia um mestre da literatura contemporânea. Em Viagem a Portugal, o pacto de Saramago com a língua se materializa com tanta clareza que chega a parecer um destino – é como se as coisas e as pessoas estivessem estado à espera de seu escritor. Um milhão de viajantes viram os rios, as encostas e as florestas que Saramago viu. Entraram nos mesmos castelos e igrejas. Pediram informação àquele pastor, à fiandeira e ao velho da encruzilhada. Todos deram pasto à vista e à imaginação. Nenhum deles, entretanto, teve como levar a viagem para casa, refazê-la por escrito e escolher que iria partilhá-la infinitamente. Conhecemos, neste livro, que nome se dá às coisas em Portugal, qual é a comida que vai para a mesa, quem pintou o teto daquela capelinha, quando é que chove, de que cor são os olhinhos de Nossa Senhora da Cabeça, o que aconteceu com as flores das amendoeiras que o rei mouro mandou plantar para a sua princesa nórdica, quanto custa passar o tempo nas ruas de Serpa, até que ponto são rápidas as águas do Pulo do Lobo, de que modo se conserva a seriedade perante o São Sebastião sorridente e orelhudo de Cidadelhe, por que morreu Inês, a amante de Pedro, o Cruel, o Cru, o Filho-Inimigo, o Tartamudo, o Dançarino, o Vingativo, o Até-Ao-Fim-do-Mundo-Apaixonado. A caligrafia da capa é da antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz. 

Cadernos de Lanzarote 

Os bastidores dos prêmios literários internacionais, a cumplicidade com amigos escritores como Jorge Amado, a luta contra o obscurantismo político e religioso que condena suas obras como subversivas e blasfemas, os impasses íntimos do escritor diante de seu trabalho: tudo isso está nas páginas destes diários de José Saramago, o maior autor português da atualidade, escritos entre 1993 e 1995 na pacata aldeia onde viveu, em Lanzarote, uma das ilhas Canárias, ou em suas inúmeras viagens pelo mundo. Alternando a serenidade de quem já viveu muito com a indignação de quem não se cansa de lutar contra o que julga estar errado, Saramago dá neste livro um testemunho único de entrega à literatura e à vida.

Sua notícia no Pepper?

Entre em Contato

Siga o Pepper

Sobre o Portal Pepper

O Pepper é um portal dedicado exclusivamente ao entretenimento, trazendo ao internauta o que há de mais importante no segmento.

Diferente de outros sites do estilo, no Pepper você encontrará notícias sobre música, cinema, teatro, dança, lançamentos e várias reportagens especiais. Por isso, o Pepper é o portal de entretenimento mais diversificado do Brasil com colunistas gabaritados em cada editoria.