‘007: SEM TEMPO PARA MORRER’ NOS DEIXA SEM TEMPO PARA RESPIRAR

FILME MARCA DESPEDIDA DO ATOR DANIEL CRAIG NO PAPEL DE JAMES BOND
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05.10.2021

Divulgação / Reprodução

Com quase três horas de duração, o quinto e último filme em que Daniel Craig interpreta o agente secreto mais famoso do mundo é, também, a mais longa das 25 aventuras oficiais de 007 no cinema até aqui. Nada mais justo para um ciclo que retomou a popularidade do personagem e recolocou a franquia entre as referências do gênero ação e espionagem. Nem mesmo o destoante ‘Quantum of Solace’ (2008), felizmente o mais curto de toda a série, arranha a boa consistência construída pelos outros quatro filmes do período – ‘Cassino Royale’ (2006), ‘Skyfall’ (2012), ‘Spectre’ (2015) e ‘Sem Tempo Para Morrer’ (2021).

IGGY POP LANÇA CLIPE DE “JAMES BOND”

Adiado em quase um ano e meio devido à pandemia, este último tem início logo após os acontecimentos de ‘Spectre’. Apaixonados, Bond e Madeleine (Léa Seydoux) curtem uma espécie de lua-de-mel em algum lugar da Itália, ocultos aos olhos do mundo. Ao menos, é o que pensam, e as primeiras cenas mais se assemelham a uma ardente sessão de romance. Aproveite esses minutos para respirar, pois uma vez quebrada a calmaria, falta-nos fôlego para o que virá.

Um hiato de cinco anos se passa. Agora, Bond está recluso na Jamaica e dado como morto pela MI6, a agência britânica de inteligência. Mesmo com seu líder preso, a organização Spectre parece continuar operando. E deseja vingança. Da Jamaica para Londres, e de lá para Cuba. Nesse caminho, James coopera com as agentes Nomi (Lashana Lynch) e Paloma (Ana de Armas). Lugares exóticos, paisagens deslumbrantes e mulheres incríveis, marcas registradas da franquia. Além de ousadas cenas de ação e um misterioso vilão (desta vez, Rami Malek, o Freddie Mercury de ‘Bohemian Rhapsody’). Ou seja, tem muito “fan service”, mas ai do 007 que não o faz, pois é precisamente por isso que a cinessérie sobrevive há quase 60 anos.

Mas há espaço, também, para readequação do personagem e de seu universo, como o próprio começo nos mostra. O Bond mulherengo de outrora até tenta, mas é apenas com Madeleine que o vemos se relacionar em ‘Sem Tempo Para Morrer’, onde seu lado família é mais aflorado do que nunca. Os mais conservadores ainda serão provocados com a insinuação de que Nomi, mulher e negra, seja a nova 007, além da rápida passagem na qual Q (Ben Whishaw) aguarda a chegada de um homem para um jantar romântico. Azar dos puritanos.

A (re) conexão com a atualidade acontece mesmo quando não planejada. Filmado ao longo de 2019, chega a dar calafrios quando o enredo nos revela uma possível arma biológica de contaminação em massa. Apenas um dos gatilhos emocionais que o filme nos traz. Não à toa, a interpretação de Craig em sua despedida do personagem traz tons de voz menos graves e mecanizados, mostrando um Bond à flor da pele – e ele terá motivos para isso.

Embora não chegue ao brilhantismo de ‘Cassino Royale’ e ‘Skyfall’, ‘Sem Tempo Para Morrer’ tem o enorme mérito de possivelmente ser o que mais ecoa na cabeça dos fãs após seu término. É, ainda, o que mais tempo exige para que nosso fôlego seja recuperado.

007: Sem Tempo Para Morrer (No Time to Die) – Reino Unido/EUA, 163 min, 2021. Dir.: Cary Joji Fukunaga – Estreou em 30/9. Assista ao trailer:

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